transexual, que foi "crucificada na Parada", diz que está recebendo ameaças de morte
Depois manifestar-se "crucificada" na Parada do Orgulho LGBT desse domingo (7), a modelo Viviany Beleboni afirmou ao A CAPA que está recebendo ameaças de morte de fundamentalistas religiosos.
Segundo Viviany, que é travesti, inúmeros telefonemas e mensagens transfóbicas estão sendo enviadas em seu celular e nas redes sociais desde a Parada. E que "algumas nada se assemelham ao amor de Cristo".
Ou seja, está sendo crucificada novamente.
"Estão me ameaçando de morte, dizendo que eu vou pagar pelo que fiz, que vão orar para que eu tenha um câncer e que morra. Não fiz aquela manifestação para atacar ninguém. Ao contrário, estou cansada de tantos crimes de ódio, de tanto preconceito", declarou ela aos prantos.
A manifestação em questão mostrou a modelo crucificada, com vários hematomas e marcas de agressão. No topo, a mensagem "Basta de homofobia, GLBT". Assim que as imagens chegaram aos veículos de imprensa, várias pessoas criticaram-na, chamando a manifestação de "apelativa" e de "blasfêmia". Em outro momento, várias pessoas começaram a apoiar Viviany.
AMIGA FOI ASSASSINADA Viviany declarou que a ideia da manifestação ocorreu logo depois de acompanhar várias notícias de assassinatos e saber que uma amiga, a travesti Andréia Amado (foto), foi assassinada na última quinta-feira (4) em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
"Eu a ajudei no início da transição, éramos próximas e aquela perda me afetou muito. Principalmente porque somos assassinadas e ninguém faz nada por nós. Decidi ser crucificada para representar estas mortes. Não foi palhaçada, eu me emocionei e chorei durante a Parada".
FELICIANO MANIPULOU IMAGENS
O deputado e pastor Marco Felicianodivulgou em seu perfil no Facebook várias imagens de outras manifestações - bem como a de pessoas penetrando santos em ânus - para criticar a "travesti crucificada", levando pessoas acreditarem que elas foram feitas durante a Parada.
"Ele deturpou tudo, divulgou fotos de outros lugares e ajudou as pessoas a criticarem. O pior é que vários LGBTs compraram essa ideia e também passaram a
me ofender. É triste que eles focam em alguns trechos da Bíblia e esquecem de outros, como o 'amai-vos uns aos outros'".
A modelo defende que várias pessoas já representaram a crucificação em diversos momentos, mas que a polêmica se dá principalmente porque ela é travesti e falou sobre os assassinatos de LGBTs. "Por que com outras pessoas fazendo ninguém reclamou? É por causa do preconceito. Esquecem que Jesus foi humilhado, motivo de chacota, foi agredido e morto, exatamente o que acontece diariamente com os LGBT".
O artista Dennis Dal Bello, responsável pela maquiagem, defendeu a modelo. "A religião de ninguém foi ofendida, o próprio Jesus não foi ofendido em momento algum. Afinal, o que ofenderia Jesus: Uma transexual usando sua imagem para conscientizar sobre o preconceito, o ódio e a violência sofria por todos ou as igrejas, que usam o seu nome para pregar o ódio, a intolerância e o preconceito?"
Algumas montagens que rondam as redes sociais:
Segundo Viviany, que é travesti, inúmeros telefonemas e mensagens transfóbicas estão sendo enviadas em seu celular e nas redes sociais desde a Parada. E que "algumas nada se assemelham ao amor de Cristo".
Ou seja, está sendo crucificada novamente.
"Estão me ameaçando de morte, dizendo que eu vou pagar pelo que fiz, que vão orar para que eu tenha um câncer e que morra. Não fiz aquela manifestação para atacar ninguém. Ao contrário, estou cansada de tantos crimes de ódio, de tanto preconceito", declarou ela aos prantos.
AMIGA FOI ASSASSINADA Viviany declarou que a ideia da manifestação ocorreu logo depois de acompanhar várias notícias de assassinatos e saber que uma amiga, a travesti Andréia Amado (foto), foi assassinada na última quinta-feira (4) em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
"Eu a ajudei no início da transição, éramos próximas e aquela perda me afetou muito. Principalmente porque somos assassinadas e ninguém faz nada por nós. Decidi ser crucificada para representar estas mortes. Não foi palhaçada, eu me emocionei e chorei durante a Parada".
FELICIANO MANIPULOU IMAGENS
O deputado e pastor Marco Felicianodivulgou em seu perfil no Facebook várias imagens de outras manifestações - bem como a de pessoas penetrando santos em ânus - para criticar a "travesti crucificada", levando pessoas acreditarem que elas foram feitas durante a Parada.
"Ele deturpou tudo, divulgou fotos de outros lugares e ajudou as pessoas a criticarem. O pior é que vários LGBTs compraram essa ideia e também passaram a
A modelo defende que várias pessoas já representaram a crucificação em diversos momentos, mas que a polêmica se dá principalmente porque ela é travesti e falou sobre os assassinatos de LGBTs. "Por que com outras pessoas fazendo ninguém reclamou? É por causa do preconceito. Esquecem que Jesus foi humilhado, motivo de chacota, foi agredido e morto, exatamente o que acontece diariamente com os LGBT".
O artista Dennis Dal Bello, responsável pela maquiagem, defendeu a modelo. "A religião de ninguém foi ofendida, o próprio Jesus não foi ofendido em momento algum. Afinal, o que ofenderia Jesus: Uma transexual usando sua imagem para conscientizar sobre o preconceito, o ódio e a violência sofria por todos ou as igrejas, que usam o seu nome para pregar o ódio, a intolerância e o preconceito?"
Algumas montagens que rondam as redes sociais:
Fonte:Uol
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